Controlada pelo banco BTG Pactual desde 2011, a rede já vinha enfrentando dificuldades financeiras há alguns anos.
A rede de farmácias Big Ben está encerrando suas atividades no Piauí. Controlada pelo grupo Brasil Pharma, a rede já vinha enfrentando dificuldades financeiras há alguns anos.
Nos últimos meses a crise se agravou e ficou explícita para os clientes, com a falta de produtos básicos nas prateleiras de praticamente todas as lojas. Além disso, diversas unidades vinham sendo fechadas nos estados onde a Big Ben estava presente - Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco. Em Teresina, por exemplo, a loja que funcionava em frente à Praça Saraiva foi fechada em janeiro.
Ainda em janeiro, as atividades da Big Ben foram encerradas por completo no Ceará, onde havia apenas cinco lojas da rede, todas localizadas na capital Fortaleza.
Ao todo, 36 lojas Big Ben foram fechadas no primeiro mês de 2017.
Em contato com a gerente de uma das lojas da Big Ben, o portal O DIA foi informado que, além das unidades do Piauí, todas as lojas da Big Ben no Maranhão também estão sendo fechadas. Em Pernambuco, o fechamento das lojas também foi iniciado em janeiro.
Até dezembro de 2016, a rede Big Ben possuía 264 lojas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, sendo a maior rede de farmácias controlada pela Brasil Pharma. Só no Piauí cerca de 300 pessoas devem ser demitidas com o fechamento da rede.
O portal O DIA também entrou em contato com uma das lojas Big Ben de Belém, no Pará, estado onde a rede surgiu. A funcionária que atendeu ao telefonema informou que a unidade está funcionando normalmente, e disse que sequer estava sabendo sobre o encerramento das atividades nos demais estados.
Novo controlador vai reestruturar companhia
Em fevereiro, o site da revista Exame informou que o banco BTG Pactual estaria negociando a venda da rede de farmácias Big Ben por R$1,00 para o empresário Paulo Remy, da Lyon Capital. O negócio foi consolidado no início de abril, e agora o novo controlador pretende reestruturar a companhia.
Outras redes que integravam o grupo BR Pharma já haviam sido vendidas nos últimos anos. Em 2015, por exemplo, a Mais Econômica foi repassada ao fundo Verti, por R$ 44 milhões.
E em 2016 as Drogarias Rosário foram vendidas para a Profarma por R$ 173 milhões. O valor, contudo, pode ter sofrido um desconto, pois parte das lojas estavam enfrentando desabastecimentos.
Segundo o jornal Valor Econômico, em 2016 a receita líquida da Brasil Pharma atingiu R$ 1,5 bilhão, quase R$ 1 bilhão a menos do que foi apurado em 2015. O prejuízo alcançou R$ 634 milhões no ano passado, um pouco menos do que foi registrado em 2015, quando o grupo amargou um prejuízo de R$ 654 milhões.
Ao fim do ano passado, as perdas acumuladas pela Brasil Pharma somavam R$ 1,85 bilhão.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do banco BTG Pactual, que informou não poder mais se manifestar a respeito do fechamento das farmácias Big Ben, uma vez que o controle da rede foi vendido pelo banco desde o mês passado.
O DIA também tentou contato com a assessoria de imprensa do grupo BR Pharma. No entanto, os telefones informados no site da rede são de uma empresa de assessoria que não presta mais serviços ao grupo.
Fonte: Portal o dia.
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