Pugilista brasileiro enfrentará o mexicano "El Rey" Martinez no dia 11 de novembro, em Belém. Ele descarta a carreira no MMA após a aposentadoria dos ringues.
O baiano Acelino Popó Freitas se prepara para se despedir oficialmente do boxe no dia 11 de novembro, na Arena Mangueirinho, em Belém. O adversário será o mexicano Gabriel “El Rey” Martinez. Em entrevista ao programa GE na Rede desta segunda-feira, dia 23, Popó revelou que entrará no ringue ao som de K.O., música da cantora drag queen Pabllo Vittar, uma homenagem a um de seus filhos, Juan, que é homossexual.
– Quando a gente tem algo na família, quer ter perto para cuidar, ter o máximo de cuidado, pois o preconceito lá fora é muito grande. Falei para o meu filho: “Se a sua orientação é essa, tenho que orientar em como se comportar em alguns lugares para que não receba preconceito”. Passei a ficar perto, amar mais, falar para a sociedade que essa é a orientação, quebrar preconceito nas grandes famílias, pessoas sofrem em suas casas com o pai, vizinhança que não aceita. Vamos divulgar que o pai brabo pra caramba tem um filho “bichona” – falou Popó.
– Quero fazer duas homenagens. Enquanto estiver no vestiário, ouvir a musica Pitiú, da Dona Onete, que conheci. Quando estiver na porta do ringue, vai ser K.O. Não é só pelo Pabllo ser homossexual e puxar essa bandeira, a musica também é intrigante, fala do boxe, amei o clip. Tem esse contexto, vamos aproveitar essa galera... Vamos para a luta, incentivar, apoiar. Independente dessa homenagem, da despedida, acho que é um brasileiro lutando, temos que estar torcendo e incentivando.
Popó, que em 42 lutas tem 40 vitórias e 34 nocautes, planeja se despedir dos ringues em alto estilo e, para isso, realiza treinamentos na capital paraense há dois meses. Ele reedita a parceria de sucesso com o técnico Ulysses Pereira, com quem conquistou três títulos mundiais e um latino.
O adversário, “El Rey” Martinez, tem 30 anos e um cartel de 29 vitórias (16 nocautes), 10 derrotas e um empate. O pugilista baiano prevê dificuldades no confronto, mas garante ter estudado o mexicano e promete buscar o nocaute desde o início da luta.
– Essa pra mim vai ser uma das grandes lutas, é a de despedida e não vou lutar com qualquer um, tem que ser um adversário à altura para quem for ao ginásio e estiver assistindo em casa, que não quer ver uma "galinha morta". Ele já lutou 11 rounds com o Saul Canelo e não foi nocauteado, o corner que parou, mas estava bem. Foi um adversário que escolhemos, vem muito para a direita, minha mão direita pega bem. Dá muito golpe reto e gosto de me esquivar. Isso favorece muito.
– Sempre procurei o nocaute todas as vezes que entrei no ringue. A minha primeira luta, em 1995, ganhei com 45 segundos do primeiro round. A última, contra Mateo Veron, há dois anos, foi nocaute. Sempre fui para cima, se não fosse assim, já tinha parado há muito tempo. O que me favorece ter 42 anos e ainda lutar é essa arma, que pode ser infalível a qualquer momento.
Tetracampeão mundial em duas categorias, o baiano disse que nunca pensou em migrar do boxe para o MMA, o que seria o inverso da tendência, que é a de atletas abandonarem o octógono para se tornarem pugilistas. Popó acredita que perderia muito tempo e dinheiro com as artes marciais mistas e que não toparia se aventurar no esporte mesmo após a aposentadoria do ringue.
– Nunca tive o desejo. Para largar o boxe e ir para o MMA eu teria que passar, pelo menos, seis meses aprendendo jiu-jitsu, seis aprendendo wrestling, seis meses aprendendo muay thai... Só ai eu perderia um ano e meio da minha modalidade. Eu já estaria com quase 44 anos. E, também, os valores que o MMA paga no Brasil são pouca coisa.
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