Estudantes davam omeprazol e codeína com objetivo de que professora dormisse em escola municipal. Meninas foram suspensas por dois dias.
Omeprazol e codeína foram os remédios que alunos deram a uma professora de Jaraguá do Sul, no Norte catarinense, junto com água da privada. O caso foi descoberto na semana passada em uma escola municipal da cidade e a prática já teria ocorrido outras vezes. Quatro alunas de 10 e 11 anos foram suspensas por dois dias.
A mãe de uma das alunas apresentou à diretora da escola os medicamentos que teriam sido dados para a professora. O primeiro é para tratar problemas gástricos e o outro, que pode causar sonolência, é usado contra dores. A professora não passou mal, mas ficou abalada psicologicamente após saber do caso, segundo o secretário municipal de educação, Rogério Jung.
“Teve um dia que foi colocado juntamente com a água do vaso sanitário, num outro momento foram colocados dois remédios, um deles omeprazol e outro, codeína”, disse a diretora Carla Grutzmacher.
Boletim de ocorrência
Um boletim de ocorrência foi registrado pela professora na delegacia da cidade. O Conselho Tutelar de Jaraguá do Sul também foi notificado.
A suspeita é que professora tenha bebido água adulterada três vezes. De acordo com a Polícia Civil, a professora chegou à delegacia chorando e relatou a situação. Segundo os policiais, ela contou que passou a sentir um gosto estranho na água e comentou com os alunos, mas nunca desconfiou do que se passava.
De acordo com o secretário de educação do município, a prática só foi descoberta porque uma estudante contou para a diretora da escola. Já a polícia disse que uma criança contou primeiro aos pais, que relataram à professora.
“Um fato novo, isolado, nunca tivemos um acontecimento desses na nossa rede. Estamos dando todo o suporte para a professora e também vamos dar para as crianças”, diz o secretário de educação.
'Não mediram as consequências'
A diretoria da escola tenta entender por que as alunas fizeram isso. A suspeita é que elas tenham feito isso para a professora dormir. “O fato de ela cobrar bastante, isso fazia com que eles quisessem que ela dormisse na sala e não cobrasse tanto, a aula passasse mais rapidamente e talvez foi uma intenção em que eles não mediram as consequências que poderia ter”, diz a diretora.
Pais de todos os alunos da turma devem participar de uma reunião. Ações para melhorar a relação entre alunos e professores também estão sendo planejadas.
“Vamos criar ações junto à escola para buscar o respeito com as pessoas, de levar profissionais para falar sobre o mal que uma água contaminada pode trazer a uma pessoa. Estamos tomando as ações cabíveis e também tomando muita cautela por se tratarem de crianças menores e para proteger a professora”, disse o secretário.
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