Segundo as autoridades, funcionária do Hospital de Clínicas Gaspar Viana não percebeu que havia o corpo de uma criança em uma sacola plástica e lixo foi parar no aterro sanitário de Marituba.
A Policia Civil apresentou nesta quinta-feira (31) o resultado das investigações sobre o sumiço do corpo de um recém nascido de dentro do Hospital de Clinicas Gaspar Viana, em Belém. Segundo as autoridades, o corpo da criança foi jogado no lixo e foi parar no aterro sanitário de Marituba, na Região Metropolitana de Belém. Ainda segundo a Policia, houve uma série de falhas no hospital que contribuíram para a ocorrência.
Foram mais de 30 dias de investigações. O perito criminal do Centro de Pericias Científicas Renato Chaves, Paulo Bentes, explica que a funcionária da limpeza entrou no necrotério do hospital para limpar e jogou no recipiente de lixo comum umas sacolas sem saber que ali tinha o corpo de um bebê. A investigação avaliou que a funcionária não fez isso de forma intencional. “Ficou bem evidente na reprodução que aquilo ali foi um trabalho mecânico. Ela estava praticamente automatizada”, explica o perito.
Segundo ele, é impossível achar o corpo do bebê no aterro sanitário, pois o local recebe uma grande quantidade de lixo diariamente, uma média de 1.300 toneladas de resíduos da área urbana de Belém. “Após a compactação, são depositadas novas células do lixo. Mesmo após 10 dias do fato, fica impossível procurar o corpo de um recém nascido de aproximadamente um quilo e trezentos com compactação”, diz.
Paulo Bentes explica que havia uma determinação no hospital de que, quando houvesse corpos no necrotério, o serviço de limpeza não podia entrar. Como a funcionária não viu corpos ali, apenas sacos, entrou e recolheu o material.
O caso foi investigado pela Seccional da Pedreira, com apoio do Centro de Pericias Científicas Renato Chaves. Foi feita uma reconstituição do crime com as cinco principais testemunhas envolvidas no fato. “Com a reprodução de cada versão individualizada, concluímos que houve certas falhas, todas enumeradas no laudo”, explica Paulo Bentes.
A funcionária de limpeza do hospital, Dayse Cristina Belmonte de Paiva, é de uma empresa terceirizada e continua trabalhando no Gaspar Viana. Ela vai responder pelo crime de obstrução de cadáver.
Segundo a policia, o relato dela foi fundamental para comprovar uma série de falhas no hospital, entre elas, a demora da comunicação da morte da criança à família, que é do interior do estado, o que causou angústia nos familiares.
A administração do hospital reconheceu o erro. “Nós já tomamos medidas de cuidado, de revisão de protocolo. Estamos em um processo de licitação de um sistema de segurança que possa pegar todo o hospital”, disse a diretora Ana Lydia Cabeça.
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