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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Sobe para 5 o número de crianças mortas após vigia atear fogo em creche de Janaúba; professora também morre.


Uma criança e uma professora morreram na noite de quinta-feira. Há 38 feridos, 22 dos quais crianças.

Mais uma criança morreu na noite desta quinta-feira (5) após ter sido queimada em uma creche deJanaúba, no Norte do Minas Gerais. Assim, sobe para cinco o número de alunos mortos.

Segundo a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o menino estava sendo transportado de Janaúba para Montes Claros. Renan Nicolas dos Santos Silva tinha 4 anos.

Incialmente, os bombeiros haviam informado que uma menina, Cecília Davina Gonçalves Dias, de 4 anos, também tinha morrido ontem. No entanto, a informação foi corrigida nesta manhã. A menina teve parada cardíaca ao ser levada para Montes Claros, mas foi reanimada.

A creche em que eles estavam foi incendiada pelo vigia noturno Damião Soares dos Santos, de 50 anos, segundo a polícia. Ele também morreu horas depois.

Também na noite desta quinta morreu, em Janaúba, a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos. Ela estava com 90% do corpo queimado. A informação da morte foi dada por Ricardo Tolentino, diretor da Fundação Hospitalar de Janaúba, onde ela estava internada.

Segundo o Instituto Médico-Legal da cidade, também morreram no ataque:

Ana Clara Ferreira Silva, 4 anos
Luiz Davi Carlos Rodrigues, 4 anos
Juan Pablo Cruz dos Santos, 4 anos
Juan Miguel Soares Silva, 4 anos

Outras 38 pessoas seguem internadas, 22 das quais crianças, segundo o Corpo de Bombeiros.

Autor do ataque

De acordo com a prefeitura, Damião Soares dos Santos era funcionário efetivo desde 2008. Ele ficou de férias de julho a agosto e, ao retornar ao trabalho, no mês de setembro, alegou problema de saúde e foi afastado.

Damião foi à creche na manhã desta quinta entregar o atestado médico e cometeu o crime. O delegado Bruno Fernandes Barbosa informou que ele entrou na creche de mochila, sem tirar o capacete, fechou as portas e já ateou fogo em uma funcionária que estava na cozinha.

A perícia indica que ele fechou três salas da creche, onde havia entre 55 e 60 pessoas. Ele tirou um galão da mochila, jogou álcool nas crianças e ateou fogo. Logo as chamas se espalharam por outras salas. O homem teria ainda segurado as crianças, impedindo que elas saíssem. Uma professora tentou conter a ação de Damião e chegou a lutar com ele.

Ele foi levado para o hospital com queimaduras no corpo inteiro e morreu cerca de três horas depois.

"Tenho plena convicção de que o crime foi premeditado, ele escolheu a data de dia 5 de outubro porque o pai dele morreu no dia 5 de outubro, há três anos", disse o delegado.

Segundo Barbosa, o segurança havia dito a familiares que "essa semana iria morrer". Parentes disseram à polícia que, desde 2014, Damião já apresentava "sinais de loucura". "Ele alegava que a mãe dele estava envenenando a água, e que isso estava trazendo problemas", disse o delegado.

Na casa de Damião, a polícia encontrou cartas escritas por ele, nas quais dizia ter predileção e afeto por crianças. Também foram achados galões de combustível. "Encontramos seis ou sete galões de cinco litros com álcool", disse o delegado.

O autor do crime

Portal do Oeste, seu informe online.

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