Dupla foi presa e confessou ter usado adolescentes para atrair motorista na GO-060, em Goiânia. Ele disse que parou para dar carona às meninas.
Após um mês internado, o vendedor de roupas e ajudante de lavandeira Leonardo José de Souza, de 22 anos, define como “um milagre” ter sobrevivido às 36 facadas que levou durante um assalto na GO-060, em Goiânia. Ele recebeu alta médica, mas ainda se recupera das lesões.
“Pensei que ia morrer. Um deles me deu um facada na barriga, outro na minha cabeça e pedi para não fazerem isso comigo. Mas disseram: ‘Nós vamos te matar porque se não você vai voltar e matar nós”, contou Souza ao G1.
O crime aconteceu na madrugada do dia 11 de agosto. No fim do mês, Daniel Ribeiro da Cruz, de 19 anos, e André Brasil Ribeiro, 18, foram presos por cometer o crime.
Souza diz que se lembra de quase tudo até ser resgatado no aterro sanitário em que foi abandonado. O homem conta que seguia da capital em direção a Trindade, onde mora, quando viu duas adolescentes pedindo carona.
“Elas estavam pedindo carona, estava tarde da noite e eu estava indo para a mesma direção. Parei para ajudar, nunca imaginei que fosse acontecer isso”, disse Souza.
Quando o ajudante parou no acostamento, quatro jovens saíram do mato e o abordaram. O delegado responsável pelo caso, Valdemir Pereira, contou que os dois rapazes presos tiveram a ajuda de um adolescente, um jovem e outras duas menores para cometer o crime.
Após esfaqueá-lo, o grupo fugiu com o carro da vítima, R$ 1,8 mil, celular e 500 peças de roupa. Cerca de 40 minutos depois, os criminosos voltaram ao local para "ter certeza que ele havia morrido".
“Eles acabaram voltando e dando mais facadas na vítima, para confirmar que ela estava morta. Ao todo, foram 36 golpes, quase metade só na área da cabeça. Mas a vítima não morreu na hora”, disse o delegado.
Versão dos criminosos
Em depoimento, Daniel contou ao delegado que estava dormindo quando o grupo chegou em sua casa chamando para cometer o crime. “Eu lembrei que estava pilhado para pagar meu aluguel, água, energia, essas coisas, e fui. Cada um ser armou de uma faca e foi. A gente enquadrou ele para levar o carro, o carro, o que ele tivesse, mas ele correu para o rumo do carro com a mão da cintura e deu a entender que ele estava armado”, disse o jovem ao delegado.
André confessou que esfaqueou o vendedor. Ele ainda disse que tinha uma desavença com o homem.
“Me chamaram para ir pegar um carro, aí fomos lá em casa pegar umas facas, mas eu já sabia que ia topar a vítima, que era o local que ele passava para voltar para casa. Aí vi o carro do cara vindo e falei para eles pararem ele”, contou.
Diferentemente do que haviam alegado em depoimento, os dois jovens falaram durante a apresentação feita pela Polícia Civil no dia 28 de agosto que não tinham intenção de roubar a vítima. Segundo eles, a intenção era matar o vendedor.
“Eu já tinha discutido com ele em uma festa, pisei no pé dele, pedi desculpas e ele não aceitou, puxou uma arma e me ameaçou. Aí, para me defender, armei para matar ele. Analisei a rotina dele duas semanas, vi onde morava, onde passava, para conseguir pegar ele”, disse André.
Entretanto, o delegado não acredita nessa versão. “Trabalhamos com a tentativa de latrocínio, tanto que o carro da vítima, dinheiro, celular, tudo foi roubado. No depoimento mesmo eles falaram que foram para roubar”, explicou o delegado.
Sem motivo
Souza também afirma que nunca tinha visto nem conhecia os criminosos. Ele é casado e tem dois filhos, uma menina de 4 anos e um menino que nasceu na segunda-feira (11).
A mulher dele está revoltada com a violência dos criminosos. “Achei que ele não ia ver o filho dele nascer, que meus filhos iam ficar sem pai. É muita maldade. Não sei para que fizeram isso com ele, é uma covardia”, disse à TV Anhanguera.
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G1 Goiás.
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