Adolescente está gravida de três meses. Crime ocorreu em uma propriedade da zona rural de Chupinguaia, interior de Rondônia.
Um padrasto de 42 anos foi preso, no começo desta semana, suspeito de estuprar e engravidar a enteada de 15 anos. O crime acontecia há vários meses em uma propriedade rural de Chupinguaia (RO). Em um dos estupros, segundo a polícia, a mãe foi obrigada a ver o marido violentando a filha, pois foi ameaçada de morte com uma arma.
Após a prisão do homem, a delegada se disse chocada com a violência. "Em 12 anos de profissão foi um dos crimes mais chocantes que investigo; barbaridade e crueldade do infrator”, diz Solângela Guimarães.
O caso foi descoberto em setembro, após uma denúncia. A adolescente estuprada pelo padastro está gravida de três meses.
A delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Solângela Guimarães, explicou ao G1 que a mãe da vítima, de 35 anos, morava com o suspeito há quatro anos.
Em fevereiro de 2016, as filhas gêmeas dela, na época com 14 anos, foram morar com a mãe e o padrasto na zona rural de Chupinguaia.
Antes disso, as adolescentes moravam com a avó, na região central do estado. A mãe das gêmeas não tem filhos com o suspeito.
“Os abusos começaram logo em seguida. Ele começou a abusar de uma das adolescentes. O abuso consistia tanto no acariciamento como na conjunção carnal e, até então, nem a mãe, nem a outra irmã tinham conhecimento”, explica a titular da Deam.
Com o passar do tempo, o suspeito começou a praticar atos libidinosos com a outra adolescente.
Contudo, para fugir dos abusos do padrasto, ela foi morar com um homem 30 anos mais velho. Com isso, ficaram na casa, a outra adolescente que já era vítima dos estupros, a mãe e o suspeito.
“Quando a adolescente [que ficou na casa] se negava a ter relação sexual com ele, ele agredia a mãe da menina. Ele chegou a quebrar os dentes da mãe dessa adolescente. Só que a mãe não sabia porque estava apanhando, mas a adolescente sabia”, conta Solângela.
A delegada salienta que, muitas vezes, a adolescente se submetia a todos os tipos de conjunção carnal, para que a mãe não apanhasse.
“As ameaças de morte continuavam com essa vítima que ficou na casa, dizendo que iria matar ela, a irmã dela e a mãe. Ele agredia ela durante o ato sexual. Ela tem fortes dores nas costas, pela forma brutal e animalesca que ele pratica o ato”, comenta a delegada.
Segundo o relatado pelas vítimas, a mãe soube dos estupros recentemente. Nessa ocasião, ela chegou em casa, acompanhada da filha que não morava mais com ela, e flagrou o marido mantendo relações sexuais com a adolescente.
“Ela entrou em estado de choque e foi tomar as dores da filha. Mas ele usou uma garrucha, ameaçou e agrediu essa mãe; ameaçou a vítima e fez com que a mãe e a irmã presenciassem ele concluir o ato sexual com a vítima sob ameaça, de forma muito repugnante”, relata a delegada da Deam.
Depois desse episódio, a mãe tentou fugir com a filha, mas como o local é distante da cidade, o suspeito alcançou e as obrigou a retornar para o sítio, ameaçando com a arma de fogo.
“Essa mãe vinha sofrendo tanta violência doméstica, tanto física como psicológica, que ela passou a ter problemas de saúde sérios. O infrator foi convencido a deixar a mulher fazer tratamento em outra cidade, e foi assim que elas saíram das garras dele. As adolescentes narraram o caso para um familiar, que procurou a delegacia”, diz.
Os exames e depoimentos foram encaminhados para a Deam de Vilhena, que representou pela prisão preventiva do padrasto.
O Poder Judiciário decretou e, na segunda-feira (2), com apoio da Polícia Civil de Cerejeiras (RO) e Polícia Militar de Corumbiara (RO), os investigadores da delegacia da mulher prenderam o homem e apreenderam a arma de fogo.
Ele foi levado para Casa de Detenção de Vilhena, onde está à disposição da Justiça. Ele pode responder pelos crimes de estupro, ameaça, lesão corporal e posse de arma de fogo. O suspeito já tinha passagem por tentativa de homicídio em Guajará-Mirim (RO).
As adolescentes estão sob cuidados de familiares. O caso continua em investigação e o inquérito deve ser concluído na próxima semana.
“Em 12 anos de profissão como delegada, foi um dos crimes mais chocantes que estou investigando; pela barbaridade, pela crueldade do infrator; pela submissão que ele fez tanto as vítimas de violência sexual, como a própria esposa sofrerem”, salienta.
A delegada enfatiza que vítimas, assim como testemunhas, podem fazer a denúncia de forma anônima pelo número de telefone 180, que é o disque-denúncia de violência contra a mulher.
“Tem que ser denunciado, pois a polícia só consegue agir quando ela toma conhecimento. Se ninguém tivesse feito esta denúncia, essa mãe teria voltado para as garras desse agressor. Essa vítima seria obrigada a manter conjunção carnal com ele. E quantos outros filhos ela teria com esse infrator nessas condições? A denúncia é fundamental para que esses infratores sejam presos”, enfatiza a delegada.
Portal do Oeste, seu informe online.
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